terça-feira, 23 de novembro de 2010

Palavra do Pastor:Nossa Gratidão à Pessoa Idosa

Aos 28 de outubro passado, em missa celebrada na Catedral Metropolitana, a Arquidiocese abriu, solenemente, o Ano da Pessoa Idosa, com o objetivo de promover e resgatar a dignidade do idoso, às vezes, tão esquecido no próprio seio da família e, muitas outras, excluído pela atual sociedade imediatista, por considerar, apenas, como útil, aquilo que traz resultados práticos, sem provocar nenhum mal-estar à lógica do prazer ou ausência de perturbações. Neste tipo de sociedade, a pessoa idosa não se enquadra, pois exige cuidado e atenção especiais, considerados como uma perda de tempo.
Justamente, para erradicar esse tipo de mentalidade utilitarista, em relação às pessoas que já têm certa idade e, como tal, foge do paradigma dos resultados imediatos, a Igreja, sempre fiel ao seu Senhor, que veio para que todos tenham vida, vai procurar, chamar a atenção das famílias e sociedade, a fim de todos poderem olhar, com mais distinção, a pessoa idosa que, em hipótese alguma, deve ser considerada como um peso morto, mas, sim, ser encarada com o respeito, o cuidado que, em sua veneranda experiência de vida, ela merece. O reconhecimento e a gratidão aos nossos idosos devem sempre estar presentes no coração de todos. Por isso, tudo que fizermos para garantir os seus direitos não deixa de ser um gesto samaritano.
A vida deve ser cultivada em todas as etapas da existência humana. Para nós, cristãos – é importante não esquecermos, jamais – ser ela um valor absoluto, desde a concepção até a morte natural. A vida é um dom, um presente inestimável e maravilhoso da multiforme benevolência divina. Por isso, em todos os estágios do desenvolvimento do ser humano, a vida deve ser preservada como um bem precioso; de modo a ninguém ter poder de dispor da sua vida e, muito menos, da do outro; e, principalmente, quando este já se encontra, de certo modo, numa situação mais delicada, como no caso da pessoa idosa.
Hoje, graças a Deus, temos um progresso legislativo de proteção à integridade do idoso como, por exemplo, o Estatuto da Pessoa Idosa. O grande desafio consiste em fazer valer esses direitos conquistados. Sendo assim, numa atitude vigilante, profética, a Igreja procura atuar em colaboração com a sociedade civil e organismos de proteção e promoção dos direitos desses nossos irmãos, às vezes, cansados e abatidos pelos anos avançados.
Meu desejo, como pastor da Igreja que está em Maceió, é que todas as pastorais, movimentos e comunidades paroquiais se engajem nesta ação missionária de educar as famílias, para cuidar com carinho, animar e proteger os seus idosos, e ter a humildade de  aprender com eles, através de sua vasta experiência de vida acumulada, no decorrer dos anos.Seria muito salutar que, em todas as paróquias, fosse implantada a Pastoral do Idoso como um serviço fraterno e de promoção humana. Não podemos negligenciar essas pessoas. Não é nada evangélico passar adiante, como se isso não fosse um problema sério e que tende a se agravar com o transcorrer dos anos, se não tomarmos as devidas providências já, agora. Lembrem-se: é a vida humana que está em jogo!
  Rezo com vocês, à Mãe dos Prazeres, para que interceda junto ao seu Filho Jesus, amigo da vida, para fortalecer, animar e encorajar a todos que vão engajar-se neste projeto de vida solidária.
  Que o Senhor inspire pensamentos e ações em favor das pessoas idosas e, assim, como igreja samaritana que somos, possamos atenuar a solidão, o medo, as injustiças e a falta de amor desses nossos venerandos irmãos. Deus vos abençoe a todos!









D. Antônio Muniz, O. Carm.
Arcebispo Metropolitano de Maceió

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