sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Dom da Sobriedade





Do Lat. Sobrietate: s.f., qualidade de sóbrio; parcimônia; frugalidade; fig., circunspeção; moderação. “Confirmamos com alegria o nosso propósito de viver com sobriedade e austeridade, para vencer o desejo de possuir através da graça de dar, e de servir-nos dos bens do mundo para a causa do Evangelho e a promoção do homem” (João Paulo II – festa de apresentação do Senhor).





O que é sobriedade? Sobriedade e abstinência: existe uma confusão entre as duas palavras. Claro que abstinência está relacionada com sobriedade. Abstinência é uma privação - voluntária ou não - ao menos em relação a droga. A sobriedade é muito mais que a abstinência, é um estado de vida, uma estado espiritual, é um fruto do Espírito Santo, é uma graça de nos afastar do objeto que nos faz mal, mas também de dizer sim. Sim ao amor.


Em Gálatas, Paulo diz da temperança, que é estarmos atentos para fazer tudo o que é possível para que acima de tudo sobressaia esta virtude que é a sobriedade. Abstinência fala do afastamento do objeto mal, mas sobriedade é um estado de espírito.
A sobriedade é feliz, trás paz, alegria. Jovens, crianças, idosos, convertidos e recém-convertidos são convidados a fazerem diferença no mundo e serem diferentes pela sobriedade.
SOBRIEDADE



Entende-se por sóbrio, um indivíduo moderado, comedido, simples, temperante. Poderíamos acrescentar que sobriedade é a qualidade daquele que conhece a si mesmo e a seus limites, que tem uma boa percepção de si e que é consciente de seu valor.  A sobriedade não é um comportamento, mas se revela através de sinais exteriores. Não é algo aprendido nos cursos de etiqueta e postura; é a maneira de ser do indivíduo, é o fruto da maturidade humana. Algumas manifestações de conduta, tais como: comer em excesso, vestir de modo chamativo, falar alto demais, criar situações para que as atenções se voltem para si (ex.: enfermidades repentinas, dores de cabeça, probleminhas de estômago e outras doencinhas) ausência de autodomínio e controle das emoções e sentimentos, revelam o quanto o indivíduo é imaturo nas suas relações. Na verdade, bastaria que conhecesse o amor e amasse para não mais precisar de tais subterfúgios. Tais comportamentos, citados acima, são comuns em crianças e adolescentes, que passam por uma fase de egocentrismo, onde necessitam provar o amor de seus pais. Precisam receber amor para descobrir que foram criados para ser amor. O ser humano só se torna amor quando entra na maturidade efetiva, ou seja, quando sente necessidade de amar mais do que ser amado. Tal maturidade se revela no cotidiano, nas relações com as outras pessoas, com o mundo, consigo mesmo e com Deus. Veremos em seguida onde o ser humano pode crescer na virtude da sobriedade.



SOBRIEDADE NO FALAR



Aquele que fala. Comunica algo, revela a si mesmo e deve estar consciente do bem que faz a quem escuta. As conversas frívolas e as fofocas são evitadas para aquele que deseja crescer nesta virtude. O homem sóbrio destaca-se dos demais na natureza e no tempo do seu discurso. Fala apenas o essencial, não encomprida a conversa nem procura enfeita-la com sua imaginação fértil. “Considera o silêncio um dom precioso, que promove mais automaticamente a compreensão do que quem nunca acaba de falar.”



SOBRIEDADE NO VESTIR-SE



Aquele que se veste com sobriedade, não procura chamar atenção dos outros para sua vestimenta, pois sabe que seu valor é interior. Não vive de aparência nem é escravo das marcas e etiquetas de roupas. Ao contrario, procura vestir-se de modo simples e discreto.



SOBRIEDADE NA AFETIVIDADE

É saber relacionar-se de forma tranqüila e honesta. Respeitar o tempo necessário para o conhecimento recíproco, deixar o outro livre para aproximar-se ou afastar-se, não criar “armadilhas”, nem usar de pretexto para chamar atenção do outro sobre si. E, principalmente, procurar amar mais do que ser amado.



SOBRIEDADE NA ORAÇÃO

É na simplicidade e na verdade do coração que alcançamos mais rapidamente o coração de Deus. Na oração carismática, somos impelido a demonstrar o nosso amor a Deus através de cantos, louvores, danças e tudo o mais que o Espírito Santo nos inspirar. Porém, tenhamos cuidado para não nos desviarmos do sentido principal de nossa oração, que é amar a Deus. Podemos ser tentados através do nosso comportamento, aparentar uma espiritualidade fingida e hipócrita.



SOBRIEDADE NO SERVIÇO



O ser fiel não se preocupa com o sucesso de seu trabalho, mas com o comprimento daquilo que lhe foi confiado. No serviço a Deus, não nos deixemos levar pela busca do reconhecimento. Desta forma não correremos o risco de buscar a nós mesmos e sim a aquele que é digno de todo louvor e glória. Vimos, então, que a sobriedade é fruto não só da maturidade humana como também da maturidade espiritual.


Com. Shalom

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