sábado, 15 de maio de 2010

A Benção e a Maldição

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Todo o discurso negativo que trazemos em nosso íntimo, sem mesmo tomarmos consciência, ressurge numa dificuldade, num súbito desencorajamento. De fato, trazemos em nosso íntimo, sem mesmo tomarmos consciência, ressurge numa dificuldade, num súbito desencorajamento. De fato, trazemos em nós um peso de culpabilidade e de maldição, que são as palavras negativas que interiorizamos. Em latim, as palavras “abençoar e “amaldiçoar” são claras: “Bendicere (dizer o bem) e “Maldicere” (dizer o mal). Em outras palavras, cada vez que dizemos palavras negativas a respeito dos nossos irmãos, os amaldiçoamos. Por isso Jesus é tão severo neste ponto “Aquele que disser “louco” ao seu irmão é passível da geena”. (Mt 5,22)

A benção é mais poderosa que a maldição, mas precisamos coloca-la em prática desmascarando o inimigo, o pai da mentira que nos guarda cativos em suas redes nos persuadindo de que o que pensamos é justo. Para sermos libertos disso, é preciso em primeiro lugar tomarmos consciência pois é muitas vezes sem nos darmos conta que aderimos a pensamentos totalmente negativos. A maldição começa em nós pelos olhares negativos que são encarnados nas palavras., pois são impressos profundamente em nossa memória a tal ponto que fazemos deles nossos. Esses olhares alimentam nossos pensamentos e terminam por se tornar um discurso interior incessante. Se não prestarmos atenção nisso passaremos nosso tempo a nos amaldiçoar e amaldiçoar os outros, a escutar o nosso próprio acusador e o acusador dos nossos irmãos, por isso o Pai nos enviou em defensor, O Espírito da Verdade.

É preciso realizar uma seleção a nível da escuta. Em geral entre uma palavra positiva e uma negativa, é a negativa que guardamos mais facilmente, que imprime em nós, que desce ao coração e realiza seu trabalho de destruição. Quanto à palavra positiva, ela entra por um ouvido e sai pelo outro. Pecamos muito pela audição ao acolher a malediscência, a calúnia, os julgamentos(ele disse …ela fez…) Talvez não seja verdadeiro, mas não o examinamos. O Eclesiástico nos dá uma justa atitude: “ Vai encontrar teu amigo: pode ser que ele não tenha feito nada e se ele fez qualquer coisa, não retomará. Vai encontrar teu vizinho: talvez ele não tenha dito nada, e se disse alguma coisa, não o dirá de novo. Vai encontrar teu amigo, pois se calunia muitas vezes, não creias em tudo o que te dizem. Muitas vezes se desliza sem intenção má: quem nunca pecou por palavra?” (Eclo 19,13-16)

Tudo isso obscurece o nosso coração e nos faz perder a inocência para com aquele que’ “não está sabendo”. Quando se revê aquele ou aquela de quem se ouviu falar mal, não nos sentimos à vontade, como se um leve véu houvesse coberto o relacionamento. Perdeu-se a pureza do nosso olhar. Só se vê a palha no olho do outro, no lugar de se maravilhar com sua beleza.

Somos os guardiões dos nossos ouvidos externos e internos, os responsáveis pelo que deixamos entrar ou não. Se não formos vigilantes e deixarmos o inimigo entrar na cidade será tarde demais: impossível localiza-lo, impossível domina-lo. Constataremos os estragos ocorridos por sua passagem e necessitaremos dez vezes mais de energia para coloca-lo para fora, sem contar tudo que se necessitará consertar após sua saída. Ser guardião do seu ouvido significa afastar toda a palavra negativa, toda palavra de maldição Para acolher a Palavra Vida, aquela que nos constrói, que nos estabelece em nossa identidade.

fonte: Texto retirado do livro O Corpo Templo da beleza- Jo Croissant-Comunidade Beatitudes

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