O Concílio Vaticano II, em diversos
documentos, faz referência aos Movimentos e às novas Comunidades eclesiais,
sobretudo na Constituição Dogmática Lumen gentium, onde lemos: "Os
carismas extraordinários, ou também os mais simples e mais comuns, dado que são
sobretudo apropriados e úteis para as necessidades da Igreja, devem ser
acolhidos com gratidão e consolação" (n. 12). Em seguida, também o
Catecismo da Igreja Católica ressaltou o valor e a importância dos novos
carismas na Igreja, cuja autenticidade é contudo garantida pela disponibilidade
a submeter-se ao discernimento da autoridade eclesiástica (cf. n. 2003).
Precisamente porque assistimos a um prometedor florescimento de movimentos e
comunidades eclesiais, é importante que os Pastores exerçam em relação a eles
um discernimento prudente e sábio. Faço votos de coração por que seja
intensificado o diálogo entre Pastores e Movimentos eclesiásticos a todos os
níveis: nas paróquias, nas dioceses e com a Sé Apostólica. Sei que estão a ser
estudadas modalidades oportunas para conferir reconhecimento pontifício aos
novos Movimentos e Comunidades eclesiais e não são poucos os que já o
receberam. Este dado o reconhecimento ou a ereção de associações internacionais
da parte da Santa Sé para a Igreja universal os Pastores, sobretudo os Bispos,
devem tê-lo em consideração no discernimento obrigatório que lhes compete (cf.
Congregação para os Bispos, Diretório para o Ministério Pastoral dos Bispos
Apostolicam Successores, Cap. 4, 8).
Queridos irmãos e irmãs, entre estas
novas realidades eclesiais reconhecidas pela Santa Sé, inclui-se também a
vossa, a Catholic Fraternity of Charismatic Covenant Communities and
Fellowships, Associação Internacional de fiéis, que desempenha uma missão
específica no âmbito da Renovação Carismática Católica (cf. Decreto do
Pontifício Conselho para os Leigos de 30 de Novembro de 1990 prot.
1585/s-6//b-so). Um dos seus objetivos, em conformidade com as indicações do
meu venerado predecessor João Paulo II, é salvaguardar a identidade católica
das comunidades carismáticas e encorajá-las a manter um vínculo estreito com os
Bispos e com o Romano Pontífice (cf. Carta autógrafa à Catholic Fraternity, 1
de Junho de 1998). É ainda com prazer que tomo conhecimento de que ela se
propõe a instituição de um Centro de formação permanente para os membros e os
responsáveis das Comunidades Carismáticas. Isto permitirá que a Catholic
Fraternity valorize melhor a própria missão eclesial orientada para a
evangelização, a liturgia, a adoração, o ecumenismo, a família, os jovens e as
vocações de especial consagração: missão que será ainda mais ajudada pela
transferência da Sede internacional da associação para Roma, com a
possibilidade de estar em contato mais estreito com o Pontifício Conselho para
os Leigos.
Queridos irmãos e irmãs, a salvaguarda
da fidelidade à identidade católica e da eclesialidade da parte de cada uma das
vossas comunidades permitir-vos-á dar em toda a parte um testemunho vivo e
laborioso do profundo mistério da Igreja. E será precisamente isto que
promoverá a capacidade das várias comunidades de atrair novos membros. Confio
os trabalhos dos vossos respectivos congressos à proteção de Maria, Mãe da
Igreja, Templo vivo do Espírito Santo, e à intercessão dos santos Francisco e
Clara de Assis, exemplos de santidade e de renovação espiritual, enquanto de
coração concedo a vós e a todas as vossas comunidades uma especial Bênção
Apostólica.
Bento XVI, 31-10-2008
Aos representantes da RCC e Novas
Comunidades
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