quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Novo Hitler?

Os alemães acabam de vivenciar mais um capítulo da sua insaciável busca pela superioridade racial. Desta vez o protagonista não é Adolf hitler ou algum neonazista assumido, mas sim, o diretor do banco central alemão, Thilo Sarrazin, autor do livro "Deutschland Schafft Sich", que em português seria algo como: " A Alemanha está se destruindo".


Em seu livro, Sarrazin explora o tema: os problemas sociais e econômicos advindos da dificuldade de integração dos imigrantes à sociedade. Até ai tudo bem, porém ele sugere que a incapacidade dos imigrantes, em especial os árabes e turcos, de se adaptarem ao sistema alemão deve-se a um problema genético. 

O economista aponta, em um trecho do seu livro, a inteligência sendo uma qualidade hereditária, para justificar o mal desempenho dos filhos de estrangeiros nas escolas. Em entrevista a um jornal, ele falou sobre um suposto "gene dos judeus", numa tentativa de dar caráter biológico a distinções culturais e/ou sociais. Vale lembrar que as afirmações de Thilo não têm nenhum embasamento científico. 

O que mais assusta nisso tudo é o grande sucesso do livro na Alemanha, que conta com o apoio de uma parcela da população, que está insatisfeita com a presença dos estrangeiros. Mas ainda é possível encontrar pessoas sãs naquele país, as que são contra o livro, temendo um novo genocídio. O fato mais curioso nesse turbilhão xenófobo, é o de que o sobrenome "Sarrazim" vem do árabe "sharqiyyin", e como adjetivo significa "muçulmano". 


Chega a ser difícil de acreditar que uma barbárie intelectual, como esta, esteja sendo difundida em pleno século XXI. E o mais inacreditável é saber que existem pessoas compactuando com essas mesmas ideias, mas o que esperar daqueles que promoveram atrocidades para provar sua supremacia racial. Por fim lhes pergunto, podemos chamar essas pessoas de superiores? 

Fonte: Schelp, Diogo. Uma Tese Perigosa. Veja. Editora Abril, 2010, 15 de setembro . edição 2182, pg.115.

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