sábado, 17 de outubro de 2009

Marcha Contra o Aborto na Espanha


Entre 1 milhão e 1,5 milhão de pessoas participaram neste sábado em Madri de uma manifestação contra a proposta o governo socialista de liberalização do aborto, segundo os organizadores e autoridades regionais.

"Há mais de 1 milhão de pessoas", disse o assessor de imprensa da organização católica HazteOir, Víctor Gago, acrescentando que uma estimativa oficial de participação seria anunciada posteriormente pelos organizadores.

Logo depois, o mesmo assessor elevou sua estimativa para 1,5 milhão de pessoas, enquanto as autoridades da região de Madri, governada pela oposição de direita, citada pelo canal de televisão Telemadrid, estimou em 1,2 milhão o número de manifestantes.

Sob o slogan "Toda Vida Importa", a marcha foi convocada por vários grupos espanhóis para contestar a proposta do governo de José Luis Rodríguez Zapatero de permitir o aborto até a 14 ª semana de gestação.

"Convidamos todos os 48 milhões de espanhóis, independentemente do partido político a que pertençam, quer usem batina ou pratiquem sua religião em uma sinagoga ou uma mesquita", disse Benigno Blanco, presidente da coalizão católica Fórum da Família.

O governo espanhol defende que a atual lei espanhola, de 1985, que permite o aborto apenas em casos de estupro (até 12 semanas de gravidez), má-formação do feto (22 semanas), ou perigo para a saúde física ou psíquica da mãe (sem limitação de tempo) injustamente estigmatiza as mulheres que desejam abortar e seus médicos como criminosos.

Um dos elementos mais potencialmente polêmicos do projeto entre o eleitorado tradicionalmente católico da Espanha é a proposta de permitir que adolescentes de 16 anos interrompam a gravidez sem o consentimento dos pais, ponto a que mesmo eleitores socialistas se opuseram.

O governo espera que o Parlamento vote este ano a lei e afirma que a mudança daria às mulheres plenos direitos sobre suas escolhas reprodutivas. Os grupos católicos comparam o aborto ao assassinato, porque defendem, segundo a doutrina da Igreja, que a vida se inicia na concepção.

Apesar de o conservador Partido Popular, que é contra o projeto para liberar o aborto, não ter enviado um representante oficial para a demonstração deste sábado, participaram da marcha o ex-primeiro-ministro José Maria Aznar planeja a secretário-geral do partido, María Dolores de Cospedal, além de mais de cinquenta membros e senadores desse, que é o principal partido de oposição.

O projeto corre o risco de reunir a oposição ao governo de minoria espanhol, cuja gestão tem sido criticada devido à persistente crise econômica da Espanha.

Uma pesquisa divulgada pelo principal jornal espanhol, "El País", em 3 de outubro, após aprovação pelo gabinete de um orçamento para 2010 que eleva impostos em 11 bilhões de euros, mostrou que 61% por cento dos entrevistados desaprovaram a forma como Zapatero trata da economia em crise.

Com France Presse, Reuters, Efe e Associated Press

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